Como faz parte da Câmara Municipal, a varanda que escolhemos é um local público. Porém, os moradores de Catas Altas não pareciam saber disso e ela acabou ficando isolada. Nossa intenção era que ela fizesse parte da cidade. Assim, queríamos levar o que havia fora da varanda para dentro dela e o que havia dentro para fora.
Nossa intervenção foi baseada na performance realizada pelo grupo. Para levar o fora para dentro, nos concentramos nos sons que ouvíamos na cidade. A ideia era que as pessoas não pudessem enxergar para se focarem nos sons, como nós fizemos. Pensamos, então, em sete caixas penduradas no teto e pintadas de preto por dentro. Ao colocar a cabeça dentro delas, a pessoa ouviria os sons selecionados por nós.
Pensamos em colocar duas lâmpadas em cada caixa. Uma lâmpada do lado de dentro ficaria acesa enquanto não houvesse ninguém na caixa. Ao entrar, uma pessoa ativaria um sensor de pressão, apagando-a e acendendo uma lâmpada do lado de fora. A ideia era que, se uma pessoa visse alguém dentro de uma caixa com a luz acesa, ficaria curiosa sobre o que acontecia ali.
A parte de dentro da varanda era, para nós, formada por texturas e detalhes. Queríamos que as pessoas a percebessem dessa mesma maneira. Assim, fizemos um vídeo com várias fotos desses detalhes e o projetamos em uma parede do outro lado da rua, de modo que quem estivesse na varanda pudesse assistí-lo, de dentro para fora.
Vídeo da Intervenção: Link
